quinta-feira, 19 de abril de 2007

O Programa da Disciplina

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO

Disciplina: Teorias da Imagem (COM 322)
Horário: 6as, das 07 às 11:00 hs.
Local: Sala 06 (Ala da Pós-Graduação-Facom/Ondina)

AS FORMAS DO DISCURSO VISUAL NA ARTE:
UM PERCURSO POR HEINRICH WÖLFFLIN


Premissa: no decorrer dos últimos anos, temos nos esforçado em assimilar um discurso oriundo do campo das ciências da arte, de maneira a poder oferecer ao tratamento analiticamente válido da questão do discurso visual na fotografia e nos quadrinhos um cardápio de questões de método, e que nos permita impregnar melhor a questão dos regimes textuais próprios ao uso das representações visuais na cultura mediática coeva. Com este propósito em mente, já exploramos (na forma de seminários de leitura, em nível de graduação e pós-graduação), uma série de textos clássicos e contemporâneos, que se agitam todos em torno do estatuto discursivo da representação visual.
De todo este percurso de leitura (que envolveu, por exemplo, Kant e il Ornitorrinco, de Umberto Eco; Art and Illusion, de Ernest Gombrich; Languages of Art e Ways of Worldmaking, de Nelson Goodman; Art and its Objects e Painting as an Art, de Richard Wollheim), nos restou a percepção de que duas linhas de argumentação principais têm guiado as discussões acerca das relações entre imagens e regimes de compreensão: de um lado, aquele que parece mais próprio ao domínio das teorias semióticas (portanto, mais próximos de Eco e Goodman), o problema da representação visual é tomado como um correlato de esquemas de interpretação (muitas vezes modelados lingüisticamente) e que regeriam nossas admissões acerca daquilo que implica afirmar que um ícone visual significa alguma coisa. De outro lado, encontramos um tipo de visão sobre a significação icônica, a que caracterizamos como “perceptualistas” (e que envolvem muito daquilo que Gombrich e Wollheim querem dizer com o problema da ilusão nas artes visuais), e que consiste em tomar o problema do sentido discursivo das imagens enquanto um resultado de uma estrutura de compreensão que tem como modelo as estruturas fundamentais da organização do mundo visual para um campo perceptivo.
No caso da exploração à obra de Heirich Wölfflin, Kunstgesichtliche Grundebegriffe, de 1915, no interessa averiguar a incidência de um olhar perceptualista sobre questões ligadas aos princípios de periodização dos estilos, na cultura artística dos séculos XV, XVI e XVII (reconhecida por muitos como o período de passagem da arte clássica para o Barroco e as primeiras insinuações da modernidade). As chaves conceituais sobre as quais Wölfflin descreve os aspectos formais desta transformação de critérios para a expressão e compreensão da pintura, do desenho, da escultura e da arquitetura, repercutem em nossas próprias investigações como chaves analíticas preciosas para o entendimento das formas do discurso visual, nas narrativas através de imagens de nossa época.

Objetivos: Oferecer um percurso introdutório, na forma de leituras dirigidas, da obra do historiador da arte Heinrich Wölfflin (1864/1945), Conceitos Fundamentais da História da Arte (1915).

Procedimentos Didáticos: O desenvolvimento do conteúdo programático se dará a partir de aulas expositivas sobre cada um dos temas propostos. A atribuição de notas finais se dará a partir da avaliação do envolvimento dos estudantes na leitura efetiva dos capítulos do livro e nas discussões suscitadas pela apresentação dos temas em sala.

Bibliografia Obrigatória:
WÖLLFLIN, Heinrich. Conceitos Fundamentais de História da Arte (trad. João Azenha Junior). São Paulo: Martins Fontes (1996).

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